No tempo da roça
Tinha chapéu de palha,
vaga-lume e araçá.
Tinha pé descalço,
bota de borracha e orvalho.
Tinha barbas-de-velho,
presépio e Menino Jesus.
Tinha natal,
ano novo e bom principio do ano.
Tinha carpideira,
arado e carro de boi.
Tinha gravatá,
lagarto e galinha.
Tinha um sol de domingo que
ardia o pasto no degrau de uma nostalgia.
Tinha bola de pau,
traíra e cará.
Tinha paineira,
quaresmeira e amoreira.
Tinha mistérios,
poesia e minérios.
Tinha lamparina pra clarear
meus versos que no verso se pôs a falar.
José Dagostim
Oi Rosi,
ResponderExcluirQue versos lindos! Traduz a saudade que sempre sentimos do que já vemos raramente. Hoje ainda comentei sobre o Natal com uma pessoa. Estão acabando com a "fantasia" do esperar o Natal! Em nome do consumismo e da ganância de sempre vender mais hoje o Natal chega em outubro e não mais em Dezembro. Cansamos do Papai Noel nas lojas nos convidando a comprar e quando REALMENTE chega a época do Natal tudo já está tão visto e revisto que até a magia fica muito real e triste!
Parabéns pela tua iniciativa de valorizar o simples e o belo!
Um abraço
Salve José!
ResponderExcluirA memória traz muitos versos. As ausências nos co-movem, nos inquietam mesmo. Grato pela partilha! João Marino