terça-feira, 27 de novembro de 2012

Poemas...

Rancho de Canoa

Canoa no mar a pescar
Rancho de canoa a espreitar
Fugidia canoa e mar



Sarau pra Quintana

Mal desce o sol em descanso,
aquietando as coisas do dia,
Lá vêm as coisas da noite,
fazendo sarau em cantoria.

Primeiro apresentam-se os sapos,
coaxando em todas as vozes.
Logo vêm os grilos,
grilando em estridentes doses.

Também cantam as corujas,
piando alto, as vezes piando baixinho.
Os quero-queros também cantam,
assustando quem ameaça os ninhos.

Às vezes também ouço
Uns cantos feios e loucos
- Fantasmas, monstros, não sei! -
Que são de arrepiar o pescoço.

E vão se repetindo,
Estas e outras vozes,
Até que tudo cansa,
E só ouço os anjinhos,
Todos arrumadinhos,
Todos em linhas,
Cada um com sua voz,
E cada qual com seus versos.
Mas um, muito especial,
Dentuça e asas tortas,
O quinto da quinta linha,
Canta de modo raro,
Belo e compenetrado,
De sua própria autoria,
Uma infantil elegia,
Que não canso de ouvir
E toda noite ouviria.



João Marino

Novas poesias!!!

O poeta nos trouxe seus novos poemas:


Balançando
Ali ao lado
Ficava a casa.
Em frente à casa
Vivia uma parreira.
Ao lado da parreira
Havia um sinamomo.
Ao lado do sinamomo
Papai fincara uma vara,
Que sustentava um galho,
Que sustentava um balanço.
O balanço balança um menino,
E o menino balança pensamentos,
Pensamentos que acalentam o menino.
E quanto mais alto o balanço balança o menino,
Mais frio na barriga e mais pensamentos tem o menino,
Mais o menino tem o balanço e se faz menino se balançando,
Mais alto balança pensando e sonhando o menino voador voando!



Canção da noite alta

Quando já vai noite alta
E já há horas eu durmo
E em sonhos altos voo
Acordo sem saber por quê
Pra uma canção em sarau
Vinda do fundo da mata
Da lomba mais distante
Do melancólico Urutau


O tucano Chico

O tucano Chico
De longo e verde bico
Um tucano de verdade
Não conhecia a liberdade

Foi oferecido ao Beto
Que por certo gostou
E o Chico logo ganhou
Espaço e céu aberto

Chegou no Aguaí
Assustando a passarada
Alegrando a gentarada
Com medo do Bem-te-vi

Chico batia asas, voava
Explorando a nova casa
Mas o Bem-te-vi não deixava
E pra varanda logo voltava

Chico bebia água na jarra
Roubava comida do prato
Posava pra tirar retrato
Gostava de fazer algazarra

Sempre em seu traje de gala
Sobrevoava a mesa da cozinha
Dormia no alto da varandinha
Atento a toda e qualquer fala

Não viveu muito tempo no Aguaí
Morreu nem se sabe ainda de que
Mas teve a alegria de conhecer
Gente como o Beto, o Vitor e a Dorli.




Novo encontro com o poeta...

Hoje, novamente, tivemos o privilégio de receber o poeta João Marino em nossa sala de aula. Foram mais de duas horas de muita poesia.
Chamamos a turminha do quinto ano. Compartilhamos esse momento.
Hora de registrar esse encontro de poetas, poemas e poesias!
Palavra aberta...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Meu Jardim

Meu Jardim

O que fizeram da Alfazema?
Ficaram lindas as aléias de Azaléias!
Lavaram a Lavanda com leve perfume.
Onze-horas se fecham nas horas escura,
Quando a Dama-da-noite se faz toda aberta.
Soprei uma juba e espalhei Dentes-de-leão.

Será amarga a raiz da Margarida?
Unhas-de-gato sobem os muros.
Calêndulas são acalantos dos campos.
Maracujá não dá no mar,
Maria-sem-vergonha em todo lugar.
Bem quero quem Bem-me-quer,
Mal não quero quem me dá Beijinhos.

Será que o Salgueiro é salgado?
Li rios claros nos olhos do Lírio.
Dona hortelã é rainha na horta do horta.
Mil-em-rama ramificou em mil mudas.
Que tem boca vaia Roma ou come Romã.
O capim Rabo-de-burro cresce para cima.
Dona Malva nunca fez malvadeza.

Por que chora o Chorão?
Tansagem nada tem de tansa.
Do saião não se faz saias.
A Cavalinha não cavalga.
Espada de São Jorge não espeta nem corta.
Eu, Tanásia não quero nem preciso por perto,
Perpétua e Sempre-viva cultivo à minha porta,

Verbena ajuda a ver bem?
A Folha-da-fortuna nunca enriqueceu ninguém,
Não vale um vintém, nem um milhão de reais.
Mas acode os desafortunados em cálculos renais.
Quem deu flores foi a Capuchinha,
Capim-rosário se debulhou em contas,
Incontáveis as flores da Ora-pro-nóbis.
...

Floresceu o meu Jasmim-dos-poetas
Recitando poesias no meu jardim!

João Marino.
 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O poeta em nossa escola!

Syilvia Orthof diz em seu poema  A poesia é uma pulga que esta "adora pular na escola, só na hora do recreio".  Mas,  faz algum tempo, que ela entrou em nossa sala de aula. E anda pulando muito!

Nesta terça feira, dia 06 de novembro,  foi a vez da turminha 302 receber o poeta João Marino. Abro o espaço para o registro desse poético encontro.
Crianças, hora de registrar... Escrevam!